Tecnologia

No futuro dos carros voadores uso será similar ao de um elevador

A tendência do transporte aéreo em massa nas grandes cidades parece ter se tornado uma realidade para engenheiros dos principais fabricantes aeronáuticos do mundo. Modelos diversos estão em estudos para tornar a mobilidade pelo ar uma rotina tão simples quanto chamar um táxi por aplicativo.

A norte-americana Sikorsky espera criar um modelo de helicóptero que permita o mesmo nível de segurança que o uso de um elevador. Com isso, o fabricante espera permitir que as pessoas voem acima do caos e congestionamento urbano das cidades com a mesma segurança e paz de espírito que tem quando tomam um simples elevador em seu dia a dia.

“Em nossa opinião, a mobilidade aérea urbana e sua solução futura tem a capacidade de ligar destinos da mesma maneira que os elevadores começaram a conectar andares, permitindo aos projetistas de edifícios olhar para cima e darem início a era dos arranha-céus”, comenta Jonathan Hartman, que lidera o time de tecnologias disruptivas da Sikorsky Innovations.

As Nações Unidas estimam que ao longo da próxima década um novo êxodo de pessoas rumo as cidades. Acredita-se que, semanalmente, dois milhões de pessoas se mudarão para as áreas metropolitanas a partir de 2030. Em lugar de outras soluções, como veículos aéreos, que tendem a aumentar o congestionamento, mudando apenas o local que ele ocorre, a Sikorsky sugere o uso de tecnologias autônomas assistidas por pilotos. A empresa trabalha em uma série de conceitos, que estão sendo desenvolvidas em paralelo com helicópteros tradicionais, para aliviar os transtornos do transporte público.

“Para chegar a este ponto as pessoas que usam estes sistemas tem que confiar neles, repito, confiar neles fundamentalmente” acrescentou Hartman. “Enquanto o veículo é parte da eventual solução para a mobilidade urbana, julgamos que muitas tecnologias já se encontram em curso e já demonstraram seu potencial. O que estamos estudando agora é como chegar à experiência de ligação natural, suave e integrada?”

As tecnologias de voo autônomo, criadas pela indústria aeronáutica na última década, estão amadurecendo para apoiar os táxis aéreos urbanos. Contudo, a Sikorsky acredita que a questão que deve primeiro se enfrentada é o desenvolvimento de infraestrutura para oferecer uma experiência de viagem acessível e que não piore o tempo perdido nos deslocamentos. O fabricante acredita que para o desenvolvimento de um sistema de mobilidade aérea urbana será necessário dispor de autonomia, inteligência e infraestrutura. A comparação com os elevadores se deu pois acredita-se que, no futuro próximo, um voo dentro de um centro urbano será como apertar um botão e se deslocar até o destino. Para isso, o fabricante trabalha com diversos parceiros, como a Otis Elevator, United Technologies, e com a Spaceship Co., está última especializada em turismo suborbital, para desenvolver tecnologias e soluções que tornem realidade voos como nos filmes de ficção.

O desenvolvimento é focado na interface entre humanos e sistemas autônomos. O plano de pesquisa é focado em três pilares: velocidade, autonomia e inteligência. A base de estudos deu origem ao programa de voo autônomo Matrix, que agrega uma série de sistemas certificáveis ​​que a Sikorsky planeja introduzir em suas linhas de produtos comerciais e militares. Recentemente o fabricante adaptou um dos seus protótipos do UH-60 Black Hawk para testar novas tecnologias, devendo voar nos próximos meses. O exército dos Estados Unidos também integrou o sistema Matrix em um UH-60M, que deve iniciar os testes de voo até o final do ano.

O sistema também a base de desenvolvimento tecnológico do programa S-97 Raider, que concorre para a renovação de grande parte da frota de helicópteros das forças armadas dos Estados Unidos.

De acordo com a Sikorky a tecnologia amadureceu de tal maneira que já é possível e confiável que o sistema seja testado por pilotos diversos, não necessariamente sua equipe de pilotos de ensaios e grupo de engenheiros. O modelo utilizado pelo exército terá seus voos conduzidos por militares, apenas contando com apoio dos técnicos do fabricante. O sistema basicamente exige que os pilotos apertem alguns botões e o helicóptero se dirige para onde os passageiros desejam ir.

Fonte: Aero Magazine 05/03/2019

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